A prefeitura de Manaus iniciou em 2016 um programa de Educação Integral junto à Secretaria Municipal de Educação, com algumas escolas de ensino fundamental da rede municipal aderindo ao ensino em horário integral e se preocupando em dar aos alunos, além da educação formal, uma complementação em termos de formação pessoal, cidadania e oficinas de reforço de aprendizagem. Uma ótima iniciativa que rendeu bons resultados em 2017, inclusive com premiações a nível nacional.
Neste início de 2018, entretanto, a educação integral do município de Manaus se vê interrompida por um motivo bastante básico: não há merendeiras nas escolas para preparar os lanches, e, principalmente, o almoço, que, digamos, é uma parte importante do ensino integral, pois é impossível manter as crianças o dia todo na escola se não houver o que comer. Para piorar, a falta de merendeiras não é exclusividade das escolas de tempo integral.
Apesar de as aulas na rede municipal terem começado no dia 5 de fevereiro, todas as escolas que não têm merendeiras concursadas, ou seja, cujas merendeiras são contratadas por empresas terceirizadas, estão sem essas profissionais devido a problemas nos contratos entre a prefeitura e as empresas. Para piorar ainda mais, não só as crianças estão sem comida - e a comida está nas escolas sem ter quem a prepare - as merendeiras, que são profissionais trabalhadoras experientes, estão em casa sem emprego e sem salário enquanto o problema não se resolve. Toda essa confusão, por incrível que pareça, simplesmente inexiste na mídia!
Nenhuma notícia, nenhum comentário... É preciso prestar atenção no que acontece no município e apurar os fatos!
Por Camila Ribas, mãe, pesquisadora e membro do CEFA.